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    Prefeitura de Lages, SC


     

    O Leão Baio da Bahia (Crônica Infanto Juvenil)

    Sob o sol o Leão Baio brincava com o espelho d’água e tudo ficava claro pra aquele felino que chagava de repente em seu habitat natural, na Mata Atlântica do sul da Bahia.
    Ele viajava o litoral em busca de alimentos e o sofrimento sobrevinha, mas vivia em harmonia com seu extinto de predador, arte a qual foi ensinada pela sua mãe, uma Leoa que teve sua vida traçada pela estupidez do Ser Humano.
    O Leão Baio seguia seu território de mais de 100 quilômetros quadrados, reinando sobre a Mata Atlântica e litorânea esquecendo-se do passado, da morte da sua mãe nas matas de Minas.
    E encontrou ali os “Saguis”
    Bichos que perturbavam sempre seu sono de dia com gritos de alegria:
     - “Chegou o coronel pra nos alimentar”.



    (Micos de Olivença no Sul da Bahia)

    Era uma festa a chegada do coronel com quilos de Bananas, Bolachas e Maças para aqueles moleques.
    O Leão Baio só ficava olhando tanta alegria que resolveu entrar nessa dança bolando um plano de rei das florestas:

    “Eu vou invadir a Plantação do Coronel..."



    (Filhotes de Leão Baio nos Canaviais Paulistas)

    Então na noite de lua cheia, sob o calor que habitava na floresta atlântica, O Leão Baio saiu olhando com cuidado cada movimento de dentro do castelo do coronel que saiu e gritou:
    “Leão... Não vá invadir minhas plantações, sem me perguntar...!."
    O Leão Baio achou estranho, pois não falava com humanos apenas agia por extintos que resolveu rugir alto como uma forma de dizer que reinava aquele local naquele momento.
    O Coronel apenas assobiou com gesto de bondade e fez do seu terreno, um canavial, aonde os filhotes de pumas viriam a nascer.
    E entrou em seu castelo aonde vou finalmente dormir com sua amada princesa “Clara”.
    O Leão Baio rugiu à noite toda com gesto de previsão:
    “Tá chegando um herdeiro do coronel, a Princesa Clara tá cumprindo bem o seu papel”...! 

    Clara, a Leoa e a Gralha (Parte 02)


    A Princesa Clara era uma bela moça, o qual tinha um canto de Gralhas Azuis voando sobre as florestas, belas nos Pinheiros recordava a Princesa Clara da Coxilha Rica, onde viveu sua vida de adolescência.
    Andava na floresta do Sul da Bahia naquele estante, longe da sua família muito distante, olhava ao horizonte enquanto os Saguis a observavam cantando um cântico, ela se aproximava então de uma montanha de histórias antigas a qual ela não imagina que tinha!
    Ela era bem clara, vinda do sul, lembrava a neve que caia nos campos das serras catarinenses.
    O sol como de costumeiro, sorria pra ela e as nuvens davam espaço pra aquela moça que chegou pela primeira vez nas Matas atlânticas.
    “O universo que o criador fez é infinito, assim também a vida na terra”.
    Soprava em seu ouvido um vento das matas que se lembravam dessa frase vinda de um passado tenebroso, de desmatamento.
    O Pinheiro que tinha mais de 800 anos caiu na Coxilha Rica, O coqueiro que vive menos de 100 anos estava dando água de coco pra todos, será que faz sentido comparar?
    Nem sempre vai ter água pra todos, tem coco que não tem água, tem gente que não pensa na Mata, porque quem derrubou o Pinheiro foi o Homem!



    (Floresta Atlântica de Olivença no Sul da Bahia)

    E ali onde Clara estava, tinha muita água, Olivença terra abençoada!
    Não muito diferente do rio das lágrimas, lugar esse que ela refletia e meditava num mundo de paz absoluta que reinava na floresta.
    Lá ela se encontrava quase sempre com sua amiga Leoa que carregava seus filhotes ao lado, esses que seriam  pra dar origem a mais pumas na região das serras Catarinenses e Gauchas, enquanto Clara carregava em seu ventre uma outra vida, e ela ainda nem sabia que o sol brilharia como uma forma de poesia no dia em que ela receberia a noticia da chegada do único herdeiro da sua família, e até a floresta ficou mais verde aos olhos da Clara 
    Que tinha os olhos azuis da cor do mar.
    Será que esse tal herdeiro quando abrisse os olhos pela primeira vez, veria nos olhos da Clara a cor dos seus?

    Talvez...

    O que se sabe é que ele já tinha um nome: "Israel"

    Esse que viria a nascer na Bahia e se tornar "Coronel" da Coxilha Rica.

    Israel foi crescendo e se desenvolvendo e quando chegou o tempo certo ele foi abençoado se tornando pai de filhos e de filhas, e todos viviam em harmonia com a natureza, respeitando sua Fauna e Flora.      

    Eternos e felizes num verdadeiro paraíso na terra.

    A água que nascia no alto da montanha continuou viva servindo de fonte de vida pra todos na vila.

    O Leão da Montanha rugia todo dia e sua prole prosseguia 

    E naquela época todo povo dizia:

    "A nação de Israel vive em paz na Coxilha Rica..."